O setor de varejo brasileiro registrou um crescimento de 0,5% em fevereiro de 2025, atingindo o maior patamar da série histórica, que teve início em janeiro de 2000. Esse aumento superou o recorde anterior, registrado em outubro de 2024, em 0,3%. O dado, publicado pelo IBGE, é um reflexo do comportamento positivo do comércio, que continua a mostrar sinais de recuperação no ano.
Os números da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) indicam que, no acumulado de 2025, o setor apresenta um crescimento de 2,3%. Esse resultado é um reflexo das boas performances observadas em setores específicos. Além disso, o total dos últimos 12 meses registrou uma variação positiva de 3,6%, consolidando o setor como um dos pilares de crescimento da economia.
Dentre os setores mais destacados, os supermercados foram um dos principais responsáveis pelo bom desempenho do varejo. Os hipermercados também apresentaram resultados positivos, refletindo uma alta de 1,1% no mês. Esse segmento de alimentos, bebidas e fumo se manteve como destaque entre as atividades investigadas pela pesquisa, impulsionando o crescimento global do setor.
O setor de móveis e eletrodomésticos, apesar de sua volatilidade nos últimos meses, registrou um avanço de 0,9% em fevereiro de 2025. Esse resultado pode ser atribuído às estratégias de promoções em grandes marcas, como aquelas realizadas durante o Natal, que ajudaram a impulsionar as vendas do segmento.
Embora o setor de móveis e eletrodomésticos tenha apresentado crescimento, a volatilidade observada em meses anteriores continua a ser um desafio. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, comentou sobre esse fenômeno, destacando que promoções como a Black Friday não foram tão eficazes para esses produtos, mas que as promoções de fim de ano ajudaram a melhorar os resultados.
Em contrapartida, outros setores do varejo enfrentaram quedas. O segmento de livros, jornais, revistas e papelaria teve um desempenho negativo, com queda de 7,8% no período. Além disso, o setor de equipamentos e materiais para escritório e comunicação também apresentou retração de 3,2%, refletindo uma queda nas vendas desse tipo de produto.
O desempenho negativo de alguns setores é compensado pelo crescimento no setor de material de construção, que avançou 1,1% entre janeiro e fevereiro. Esse segmento segue em alta, beneficiado pela contínua demanda do mercado imobiliário e pelo aumento das reformas e construções residenciais.
Além disso, o setor de veículos e motos teve um desempenho distinto. As vendas caíram 2,6% no período, o que indica uma desaceleração nesse mercado. No entanto, a alta no segmento de material de construção e o desempenho positivo dos supermercados ajudaram a manter o otimismo no setor varejista como um todo.
Na comparação anual, o setor de varejo também apresentou bons resultados. As vendas de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, avançaram 9,3% em relação a fevereiro de 2024. O setor de vestuário e calçados também teve uma performance significativa, com alta de 8,6%, refletindo a recuperação do consumo no comércio.
O varejo ampliado, que inclui veículos e motos, registrou crescimento de 2,4% em fevereiro de 2025. Esse aumento foi impulsionado pelo crescimento de 10% nas vendas de veículos e motos, além de 9,7% em material de construção. O desempenho geral do varejo ampliado contribuiu significativamente para os números positivos da economia.
Com esse crescimento contínuo, o setor varejista demonstra resiliência e uma recuperação consistente, refletindo o otimismo do consumidor e a adaptação dos comerciantes às novas demandas do mercado. Os desafios de alguns segmentos são compensados pelos avanços em outros, indicando uma economia em recuperação.
