O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados no caso da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O final do julgamento da denúncia, que teve início na terça-feira (25), ocorreu nesta quarta-feira (26) e envolveu a Primeira Turma da Corte.
Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin aceitaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, os acusados responderão na Suprema Corte por crimes como organização criminosa, golpe de Estado e dano qualificado.
A lista de réus inclui figuras-chave do governo Bolsonaro, como Anderson Torres, Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Mauro Cid. Todos são apontados como integrantes do “núcleo 1”, que supostamente planejou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo as investigações, Bolsonaro teria conhecimento da chamada “minuta do golpe”, um documento que detalhava a tentativa de anular o resultado das eleições. Além disso, há menção ao plano “Punhal Verde-Amarelo”, que envolvia ameaças a autoridades.
O relator Alexandre de Moraes destacou a gravidade dos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. O ministro classificou a ação como uma “verdadeira guerra campal” contra o Estado Democrático de Direito.
Com a aceitação da denúncia, os réus terão que se defender das acusações perante o STF. O processo pode resultar em penas severas, dependendo do julgamento final da Corte. A decisão reforça o compromisso da Justiça em combater ações antidemocráticas.
O caso segue em andamento, e novas revelações podem surgir à medida que as investigações avançam. A sociedade acompanha atenta as consequências desse desdobramento histórico para a política brasileira.