Por David Leonhardt e Desiree Ibekwe
O assassinato de 14 pessoas em Nova Orleans no dia de Ano Novo foi um sinal alarmante do ressurgimento do terrorismo islâmico radical. Embora alguns ataques sejam apenas inspirados pelo ISIS, outros envolvem sua participação direta no planejamento e execução.
Nos últimos cinco anos, o ISIS foi responsável por uma série de atentados e conspirações que resultaram em milhares de mortos. Entre os ataques mais notórios estão os duplos atentados suicidas nas Filipinas e os ataques na França, incluindo a decapitação de um professor em 2020 e o ataque fatal a três pessoas em uma igreja em Nice.
Outros eventos de grande impacto incluem o atentado suicida no aeroporto de Cabul, que matou 13 soldados americanos e cerca de 170 civis, e o esfaqueamento fatal de seis pessoas em um supermercado na Nova Zelândia em 2021. A violência também se espalhou por países como Israel, Irã e até em eventos de grande escala, como shows e festivais.
O ISIS, também conhecido como Estado Islâmico, começou no Iraque há duas décadas, mas foi derrotado em grande parte pelos Estados Unidos. Hoje, a organização se apresenta como uma rede descentralizada com células espalhadas por diversos países. Ela continua a afirmar sua autoridade sobre muçulmanos sunitas e entra em conflito com outros grupos extremistas, como o Talibã.
Existem várias razões para o ressurgimento do grupo, incluindo a instabilidade política em regiões como o Sahel, na África Ocidental, após recentes golpes de Estado. A retirada dos EUA do Afeganistão em 2021 também facilitou a expansão do ISIS-K, um dos capítulos mais ativos do grupo.
Além disso, o ISIS tem reforçado sua presença no Iraque e na Síria, especialmente após a queda de Bashar al-Assad. O ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro também parece ter incentivado mais ataques terroristas, com combatentes do Hamas transmitindo suas ações para incitar terroristas imitadores.
Embora o ISIS esteja mais enfraquecido do que antes, ele continua sendo uma ameaça significativa, com suas operações mais complexas e descentralizadas. A ameaça agora é mais difusa, mas igualmente perigosa, como observou o diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo.