O futuro do TikTok nos Estados Unidos parece cada vez mais incerto após a recente decisão unânime da Suprema Corte, que confirmou uma lei que obriga a ByteDance, proprietária da plataforma, a vendê-la. Caso a empresa chinesa se recuse, o TikTok pode ser retirado das lojas de aplicativos no país já nas próximas 36 horas. A medida visa proteger dados dos cidadãos americanos e diminuir a influência do governo chinês sobre uma plataforma usada por milhões.
A questão da segurança de dados foi central durante os debates na Corte, com preocupações sobre a possibilidade de espionagem por parte da China, que já acumula grandes volumes de dados estruturados sobre cidadãos americanos. A preocupação bipartidária sobre a ameaça do TikTok é clara, com muitos legisladores temendo a propagação de desinformação. A plataforma já foi acusada de censurar conteúdos contrários ao Partido Comunista Chinês, como temas relacionados a Taiwan e à Ucrânia.
O impacto de uma possível proibição do TikTok seria significativo, afetando o cotidiano de milhões de americanos e prejudicando negócios dependentes da plataforma. A medida foi vista como uma ação audaciosa, semelhante a projetos históricos do governo dos EUA voltados para a competição com adversários estrangeiros, como a corrida espacial. Contudo, a efetividade e as consequências dessa ação ainda geram debates intensos.
O governo Trump, que já havia iniciado a repressão ao TikTok em sua administração anterior, está agora em uma posição delicada. Embora o governo Biden tenha se comprometido a adiar a aplicação da proibição até a transição de poder, Trump considera uma possível ordem executiva para adiar o processo, enquanto negocia uma venda para uma empresa não chinesa. A resposta da China, que se opõe à venda, acrescenta ainda mais complexidade à situação.
Com uma gama de possibilidades no horizonte, incluindo a venda do TikTok, uma paralisação ou um prolongamento da batalha legal, o futuro da plataforma permanece incerto. As próximas semanas serão decisivas para determinar o rumo dessa polêmica, que envolve questões de segurança, diplomacia e poder global.