![Mobilização nacional pelo Feminicídio Zero no Carnaval do Rio de Janeiro foi lançada na última sexta-feira (7) - Foto: Walterson Rosa/MS](https://canalonze.com.br/wp-content/uploads/2025/02/baixados-696x464.webp)
A mobilização nacional “Feminicídio Zero” chega ao Carnaval do Rio de Janeiro com o objetivo de sensibilizar cerca de 5 milhões de espectadores no Sambódromo da Sapucaí. A campanha foi lançada na Cidade do Samba, no dia 7 de fevereiro, com apoio do Ministério das Mulheres, Ministério da Saúde (MS), Fiocruz e Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa). A ação inclui painéis e faixas na avenida, além de adesivos e materiais gráficos nos banheiros.
Durante o período carnavalesco, a campanha será amplamente divulgada, com o foco na educação da comunidade do samba sobre a eliminação da violência contra as mulheres. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a importância de fazer do Carnaval um espaço de reflexão sobre o feminicídio, abordando também os homens como parte da solução. “Queremos mudar a realidade do Brasil, que ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídio”, afirmou Cida.
A ação busca reforçar a importância do Carnaval como um momento de celebração livre de assédio. Além disso, destaca a necessidade de interromper a violência contra as mulheres, com foco em promover mudanças nos comportamentos, atitudes e em políticas públicas. A campanha também reforça o número da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), com acesso também pelo WhatsApp.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que o combate à violência é uma questão de saúde pública, com ênfase na prevenção. “A saúde não deve apenas acolher as vítimas, mas também atuar na prevenção da violência”, afirmou Nísia, destacando o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) nesse enfrentamento. Ela ainda citou as Salas Lilás, que oferecem acolhimento especializado.
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, falou sobre a vulnerabilidade das mulheres negras, especialmente no Carnaval, onde representam a maioria das trabalhadoras. “Esse tema mexe com as mulheres negras, que são as mais afetadas pela violência. Não aceitaremos nenhuma vida a menos”, afirmou Anielle. Ela sublinhou a importância de uma campanha inclusiva e permanente para enfrentar o feminicídio.
A Fiocruz, através do presidente Mario Moreira, também se comprometeu com a luta contra a violência. Ele enfatizou a relevância do Carnaval como uma plataforma de debate para um problema grave e urgente. “O Carnaval é uma festa nacional, e é um momento importante para trazer o debate sobre a violência contra as mulheres para todo o país”, destacou Mario.
A Liesa, por meio do presidente Gabriel David, apontou que a ação no Carnaval representa um marco para a sociedade. As escolas de samba têm o poder de se comunicar com uma enorme audiência, tornando a campanha ainda mais impactante. A mobilização contra o feminicídio, portanto, vai além da Sapucaí, alcançando quadras e espaços de toda a comunidade do samba.