O embaixador Maurício Lyrio, sherpa do BRICS pelo Brasil, abordou as prioridades da presidência brasileira no grupo, com ênfase em saúde, mudança climática, comércio, inteligência artificial e fortalecimento institucional. Ele desmentiu especulações sobre a criação de uma moeda comum, afirmando que o foco está na redução de custos e no aumento da cooperação por meio do uso de moedas locais. A coletiva foi uma preparação para a Reunião de Sherpas do BRICS, que ocorrerá em fevereiro, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lyrio detalhou cinco áreas-chave da presidência brasileira: melhorar a cooperação em saúde, especialmente no combate a doenças tropicais; intensificar os esforços para o financiamento das mudanças climáticas; expandir o comércio, investimentos e finanças, priorizando o uso de moedas locais; promover uma governança global da inteligência artificial; e fortalecer as bases institucionais do BRICS, especialmente após a expansão do grupo com novos membros.
O embaixador também mencionou a falta de cumprimento dos compromissos financeiros da COP29 para o financiamento climático e destacou que o Brasil pressionará por mais recursos na COP30. Em relação à ampliação do BRICS, Lyrio enfatizou os desafios institucionais decorrentes da entrada de novos membros e a necessidade de integrá-los aos mecanismos financeiros existentes, como o Novo Banco de Desenvolvimento.
Finalizando, Lyrio reafirmou a ambiciosa agenda do Brasil para sua presidência e ressaltou que o BRICS, com seus novos membros e a atenção às questões de clima e tecnologia, se consolidará como um ator essencial no cenário internacional, com o Brasil desempenhando um papel central nesse processo.
