“Ainda Estou Aqui”: o triunfo do cinema brasileiro no Oscar

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Walter Salles e Fernanda Torres compareceram à cerimônia do Oscar - Foto: Reuters

O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025, marcando um feito inédito para o cinema brasileiro. A vitória foi celebrada por artistas, políticos e cinéfilos do mundo todo.

Walter Salles dedicou a estatueta à ativista Eunice Paiva, cuja história inspirou o filme, e às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Ele ressaltou a importância da resistência e da memória histórica na obra.

O Brasil já havia sido indicado ao Oscar na categoria anteriormente, mas nunca venceu. Orfeu Negro (1960) foi premiado, mas como produção francesa, apesar de ter sido filmado no Brasil.

Com um elenco talentoso, Ainda Estou Aqui emocionou o público ao contar a história de Eunice Paiva e sua luta por justiça após a morte do marido na ditadura militar. A atuação de Fernanda Torres foi amplamente elogiada.

O longa foi um sucesso de crítica e alcançou 97% de aprovação no Rotten Tomatoes, um dos índices mais altos do ano. O impacto da narrativa fez com que a obra se tornasse referência no cinema político contemporâneo.

O presidente Lula celebrou a conquista, destacando a relevância do cinema brasileiro na defesa da democracia e na preservação da memória nacional. A vitória foi vista como um marco para a cultura do país.

Filme brasileiro ‘Ainda Estou Aqui’ – Foto: Sony Pictures

Além do Oscar, o filme venceu outros prêmios importantes, como o Globo de Ouro e o Goya. A trajetória internacional da obra consolidou Walter Salles como um dos grandes cineastas da atualidade.

A crítica internacional comparou Ainda Estou Aqui a clássicos sobre maternidade e resistência, como Room e Mildred Pierce. O The Times classificou o filme como “um dos maiores sobre a força feminina”.

Apesar do sucesso, algumas críticas apontaram que a narrativa evitou explorar com mais profundidade a raiva e o horror da ditadura. Mesmo assim, a recepção geral foi extremamente positiva.

Walter Salles afirmou que a vitória representa não apenas um filme, mas toda a cinematografia brasileira. Ele destacou a importância de contar histórias que refletem o país e sua história recente.

A crítica Isabela Boscov comparou o impacto do filme ao de Central do Brasil, que também colocou o Brasil no mapa do cinema mundial. Para ela, a obra traz um novo fôlego ao audiovisual nacional.

O Oscar de Ainda Estou Aqui entra para a história como um momento de consagração do cinema brasileiro. A obra reafirma o poder do cinema como ferramenta de memória, denúncia e transformação social.

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