A arte de cuidar: respeito, dedicação e humanidade

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Por Adinaldo Diniz

Cuidado significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. Cuidar é servir, oferecendo ao outro, por meio de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado. Cuidar também é enxergar o outro como ele realmente é, respeitando seus gestos, palavras, dores e limitações.

O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode realizar por conta própria, avalia as condições e auxilia nas atividades necessárias. Cuidar não é fazer pelo outro, mas sim apoiar nos momentos de necessidade, incentivando a autonomia da pessoa cuidada, ainda que em pequenas tarefas. Esse processo exige paciência e dedicação.

Dignidade e Respeito ao Familiar em Cuidados

Muitas vezes, a pessoa cuidada pode parecer adormecida, mas continua escutando o que ocorre ao seu redor. Por isso, é essencial preservar sua dignidade, evitando discutir assuntos que a envolvam como se ela não estivesse presente.

Ao decidir sobre cuidados, é importante incluir o familiar no processo, explicando a necessidade de um cuidador e consultando suas preferências, como o sexo do cuidador, se aplicável. Retirar a autonomia da pessoa pode levar a sentimentos de depressão ou rejeição.

Se a família não pode contratar um cuidador profissional, é necessário planejar os revezamentos entre os familiares, explicando como será o cuidado com os bens pessoais e o ambiente da pessoa. Uma boa estratégia é organizar os familiares disponíveis, contratando um parente que possa cuidar durante a semana, enquanto outros assumem no fim de semana.

Sempre que possível, mantenha o familiar em sua própria casa. Evite tratá-lo como uma criança ou inválido; respeite sua cognição e trate-o com normalidade, considerando sua história e personalidade.

Higiene, banho e cuidados com feridas

Durante os cuidados de higiene, observe alterações como mudanças na cor ou temperatura da pele, inchaços, manchas ou feridas, especialmente em áreas sensíveis como as que ficam em contato com o colchão ou expostas a fezes e urina. Alterações nas características das fezes ou urina devem ser comunicadas à equipe de saúde. Use materiais macios para a limpeza e evite fricções fortes, que podem causar escaras.

Algumas pessoas podem resistir ao banho por diversos motivos, como medo de cair, vergonha, dores, tonturas ou dificuldades de locomoção. Nesses casos, o cuidador precisa ser sensível e respeitar os costumes e sentimentos da pessoa cuidada. Confiança é construída com paciência, respeito e carinho.

Adinaldo Diniz é jornalista; pós graduado em Gestão Hospitalar e Administração, com formações técnicas em Enfermagem, Química e Mecânica.