Mulheres na Ciência: histórias de inspiração em Guarulhos

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A professora Aline e a estudante Giane se conheceram em 2017, no campus Guarulhos do Instituto Federal de São Paulo - Foto: Diego Fróis/PMG

Meninas e mulheres na ciência são celebradas em 11 de fevereiro. Com esse mote, a Secretaria de Desenvolvimento Científico, Econômico, Tecnológico e de Inovação (SDCETI) promoveu um encontro especial. A professora doutora Aline Ribeiro Sabino e a estudante Giane Mayumi Galhard compartilharam suas trajetórias. As duas se conheceram no Instituto Federal de São Paulo, campus Guarulhos, em 2017.

Aline, conhecida como professora Sabino, segue ensinando física, sua especialidade. Giane, hoje com 21 anos, era uma jovem estudante do ensino médio técnico quando a conheceu. O talento e a paixão pela ciência construíram uma amizade inspiradora. Juntas, elas mostram a importância da presença feminina na ciência.

Aline nasceu na Vila São Rafael, uma comunidade carente de Guarulhos. Filha de um cobrador de ônibus, sua jornada acadêmica começou cedo. No ensino fundamental, conquistou uma bolsa de estudos no Colégio Eniac. O incentivo da família e a dedicação aos estudos foram fundamentais para seu crescimento.

No ensino superior, Aline via a USP como um sonho distante. Porém, com o apoio de professores que reconheceram seu potencial, decidiu tentar. Foi aprovada no vestibular de física, ingressando em um ambiente predominantemente masculino. Apesar disso, nunca sofreu preconceito e seguiu na carreira acadêmica.

Giane também é natural de Guarulhos e iniciou seus estudos no Instituto Federal. Atualmente, cursa o último semestre de sistemas de informação na USP Leste. Sua paixão pela ciência começou na Semana do Conhecimento, evento promovido pela Prefeitura. Inicialmente, seu interesse era escapar das provas escolares.

Porém, sua participação se tornou o ponto de partida para conquistas incríveis. Em seu segundo ano na feira, apresentou um projeto inovador. Criou, junto a uma colega, óculos com rastreamento ocular para pessoas com dificuldades na fala. O dispositivo funcional custava apenas cem reais, enquanto modelos comerciais valiam vinte mil.

O projeto foi premiado e levou Giane à Febrace, onde conquistou o segundo lugar estadual em engenharia. Como estudante da USP, teve oportunidades de intercâmbio científico. Realizou pesquisas no Canadá, Singapura e Romênia, sempre voltadas à bioinformática. Essas experiências ampliaram seus horizontes acadêmicos.

Para jovens interessadas na ciência, Giane deixa um conselho. “Eu não imaginava que teria oportunidades internacionais, mas os desafios foram vencidos com estudo”. Ela acredita que muitas estudantes podem alcançar o mesmo sucesso. Basta ter determinação e estar atenta às chances que surgem.

Aline também enxerga o potencial das novas gerações. “Vejo jovens talentosas como a Giane e me lembro das minhas colegas de faculdade”. Para ela, políticas públicas e incentivo podem ampliar a participação das mulheres na ciência. Pequenos gestos fazem grande diferença no futuro acadêmico de muitas meninas.

Essas histórias são um exemplo da força feminina na ciência. A trajetória de Aline e Giane prova que talento, dedicação e oportunidades transformam vidas. Mulheres cientistas de Guarulhos seguem inspirando futuras gerações. O caminho ainda é desafiador, mas a ciência só tem a ganhar com mais diversidade.

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